Mudungaze
Fotografia de Mariano Silva
A partir da sexta-feira poderá se visitar a exposição individual “Mafalala dos Metais (In)Visíveis” de Mudungaze, integrada no Festival Gala Gala, que irá decorre de hoje até ao domingo irá animar a cidade de Maputo com a sua programação diversa.
Esta mostra é a proposta do Museu Mafalala, que a acolhe até ao dia 15 de Outubro. A curadoria foi feita pelo Ivan Laranjeira, director daquela instituição e contou com a assistência, a nível de produção, de Tiufo Nhaca e Nagaina Frechaut.
Conforme a comunicação do Museu, Mudungaze faz uma proposta introspectiva nesta exibição. “Trata-se na verdade de uma conversa com suas personalidades múltiplas que se reflecte na composição de máscaras a partir de materiais reciclados”, lê-se na nota divulgada nas redes sociais.
Neste sentido, o artista discute sobretudo a tradição africana que anda mascarada no contexto urbano.
“Por inerência da sua localização este diálogo remete-nos ao espaço, ao lugar que é a Mafalala, num conflito permanente entre centro e periferia, urbano e rural, indígena e assimilado”, assume a produção.
Numa breve conversa com o curador, esta manhã através do Whatsapp, ele explicou-nos que Mudungaze foi o primeiro artista numa residência no Meseu, em 2021. Desse processo, resultaram obras expostas permanentemente nas suas instalações.
Dessa residência, “ficou a ideia duma exibição mais ampla”, esclareceu Ivan Laranjeira.
Na altura da residência, realizamos uma entrevista com o Mudungaze, que disse que uma das melhores Residências Artísticas que teve, foi no Museu Mafalala, na periferia de Maputo, a convite do Ivan Laranjeira.
Foi o primeiro artista a expor no primeiro museu construído no subúrbio no país pós-independência. A proposta era criar, enquanto o fotógrafo, director de vídeos e criativo Mário Cumbana fazia o registo.
“Aceitei o desafio, levei o meu material e fui para lá”, ao chegar, o Ivan disse: “tu vens com o teu processo, mas vais ficar cá uns dias para produzires”. Essa imersão, as leituras de livros sobre o bairro e o convívio deu-lhe outro ângulo, noutra perspectiva. E contribuiu para a 0bra final.